A descoberta da Pedra de Roseta pelos soldados de Napoleão Bonaparte no Egito foi imprescindível para os estudos sobre os hieróglifos egípcios e para a história da Humanidade. O texto em hieróglifo, demótico egípcio e grego clássico foi insculpido com giz branco numa placa de granito para celebrar a isenção de impostos decretada pelo faraó Ptolomeu V Epifânio (205 a 108 a.C). As pedras tinham sua serventia.
As pirâmides do planalto de Gizé próximas da cidade do Cairo são blocos de pedras erguidos nas dinastias dos faraós egípcios Quéops, Quéfrem e Miquerinos acerca de 2.700 a.C. Para se ter uma ideia da dimensão colossal dessas construções, a pirâmide de Queóps foi erguida com 2,3 milhões de blocos de pedra, cada um pesando em média 2,5 toneladas. Para transportar todas essas gigantescas estrtururas, 100.000 (cem mil) escravos foram recrutados. Atualmente, a principal fonte de arrecadação do governo egípcio é sustentada pelos turistas que visitam as fabulosas pirâmides. As pedras tem seu peso.
No Egito do século XXI, as pedras possuem outra serventia e pesam nos ombros e nas cabeças de "divindades faraônicas", seus escribas e soldados. Eles teimam em se perpetuar no poder. Sem serventia e sem o peso arquitetônico das divindades, o povo egípcio realiza uma insurreição sem precedentes na praça Tahrir no Cairo. A tradução árabe para Tahrir não poderia ser outra, significa "libertação" e como tal, simboliza novos tempos para o povo egípcio. Estrategicamente, os insurrentes juntam e colocam milhares de pedras em caixas de frutas e lençóis estirados no chão. As pedras atiradas pelos manifestantes contra o exército de bandidos e séquitos de Mubarak demonstram o quão faraônica se tornou a luta pela democracia. O Egito, diga-se de passagem, ainda antigo e arcaico já não precisa de pseudosfaraós.
Mulheres e crianças quebravam pedras e os homens as arremessavam. Uma chuva de pedras no céu do Cairo. No meio do caminho do Delta do Nilo tem vários egípcios com suas pedras intransponíveis.
Fonte das Fotos: Agência Reuteurs
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